terça-feira, 6 de março de 2012

Programa Universidade para Todos - Pro-Uni


O Programa Universidade para Todos - ProUni foi criado em 2004 pelo Governo Federal por meio da Medida Provisória (MP) nº 213, de 10 de setembro de 2004 que foi depois convertida na Lei 11.096, de 13 de janeiro de 2005 e regulamentada pelo Decreto nº 5.493, de 18 de julho de 2005. O objetivo desse Programa é oferecer bolsas integrais ou parciais em cursos de graduação e sequenciais de formação específica a estudantes brasileiros em instituições privadas de educação. Estas instituições que aderiram ao programa recebem como benefício a isenção de alguns tributos. Para obter a bolsa o candidato precisa ter participado da edição imediatamente anterior do Exame Nacional do Ensino Médio - Enem, obtendo a nota mínima de 400 pontos, precisa ter a renda familiar de até três salários mínimos, além de se encaixar em uma das condições estabelecidas pelo Ministério da Educação - MEC.


Até 2011 foram concedidas bolsas de estudo para 893.102 estudantes e, em 2012, foram oferecidas 195.030 bolsas, sendo 98.728 integrais e 96.302 parciais. O programa abrange todas as unidades da Federação, tendo a lista de instituições que participam divulgadas no site do MEC.

Inicialmente o ProUni recebeu críticas devido em parte ao receio que a implantação do Programa levasse à privatização do ensino superior e houvesse uma defasagem no repasse de recursos às instituições federais, foi também apontado como um programa assistencialista, visando somente o acesso ao ensino superior, transformando em benefício o que é direito.

A questão acerca da qualidade acadêmica dos alunos não se confirmou, pois de acordo com levantamentos do MEC, os universitários beneficiados pelo ProUni vêm obtendo, em média, notas superiores aos não bolsistas no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes - ENADE - e seu percentual de evasão é inferior ao percentual observado no sistema universitário privado.

Para garantir a qualidade do ensino, a Lei nº 11.509 prevê a desvinculação do ProUni da instituição que receba 2 avaliações negativas consecutivas pelo Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior - Sinaes -, que são verificadas através do ENADE somada a outras avaliações das condições do curso e da instituição. Além disso, a condição para a manutenção da bolsa aos estudantes é levado em conta o rendimento acadêmico.
Para atender a esse objetivo também trabalha com a dimensão de cota racial, destinando parte das bolsas a autodeclarados afrodescentes e indígenas, além de pessoas com deficiências. Os bolsistas possuem prioridade no Fundo de Financiamento ao Estudando do Ensino Superior (FIES) e um convênio firmado com a Caixa Econômica Federal - para oferta de estágios entre beneficiados pelo Programa.
Para tentar minimizar a dificuldades dos alunos em arcar com as despesas com material, alimentação e transporte, é oferecida a Bolsa Permanência, no valor de R$360,00. Esse benefício, entretanto, é concedido a um número ainda muito limitado de alunos e não supre satisfatoriamente as necessidades, fazendo com que muitos recorram ao financiamento ou à ajuda de terceiros para poderem se sustentar.

No dia 30 de março de 2010 foi publicada no Diário Oficial da União a Portaria nº 381 que criou o módulo internacional do ProUni, disponibilizando vagas em instituições estrangeiras para alunos carentes e com alto desempenho escolar, que contarão com isenção de taxas, passagens aéreas ida e volta para o Brasil, seguro saúde e bolsas para despesas com mensalidade e alimentação. tema que será aprofundado em outro momento.
O ProUni faz parte das várias políticas que vem sendo empreendidas no país com objetivo de democratizar o acesso à educação e ao ensino superior concedendo igualdade de oportunidades a todos. Para André Lázaro, "o desafio que o ProUni tem enfrentado diz respeito à promessa de tornar a educação um fator de mobilidade social para indivíduos e também um fator de redução das desigualdades da própria sociedade. Ao estabelecer cotas para afrodescentes e indígenas, o Programa indica um caminho a ser seguido: a educação deve gerar oportunidades para vencer as desigualdades. Não será a educação isoladamente o único caminho para o enfrentamento da desigualdade em nosso país. Mas se alcançarmos, neste campo, padrões mínimos de equidade de acesso, permanência e sucesso, haverá mais vozes mais atores empenhados e qualificados para a necessária transformação do ambiente social, econômico e cultural do país”. (p. 27)



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