terça-feira, 29 de outubro de 2013

Educação do Campo

(Para ter acesso à entrevista, clique aqui)


A educação no campo tem sua origem a partir dos movimentos sociais, voltados para a luta pela igualdade de condições da população que vive no meio rural. Sendo assim, está vinculada às lutas políticas em prol da construção de uma nova referência de educação que considere as especificidades de cada grupo a que se dirija.

Ainda hoje, apesar de todo desenvolvimento tecnológico que trouxe melhorias para a população do campo, ainda se verifica enormes desigualdades e intensa precariedade na estrutura educacional. Dados de 2009 apontam que  a taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais apresenta um patamar de 23,3%, contra 7,6% da população urbana; 75% dos alunos são atendidos em escolas que não dispõem de biblioteca, 98% em escolas que não possuem laboratório de ciências, 92% em escolas que não têm acesso à internet (Molina, Montenegro, Oliveira, 2011, p. 19). 

As discussões em torno da educação no campo tem trazido uma nova concepção de trabalhador da área rural e, principalmente, tem buscado implementar políticas que valorizem o campo como “lugar de trabalho, moradia, lazer, sociabilidade, identidade, enfim, como lugar de construção de novas possibilidades de reprodução social e de desenvolvimento sustentável”, diferentemente da concepção histórica que desconsidera o saber dessa população, vista com arcaica e atrasada. Na década de 60, o educador Paulo Freire já tinha essa visão e realizou uma prática educativa inovadora, levando em conta o universo social e cultural desse grupo.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB (Lei nº .9394 de dezembro de 1996), propõe em seu Artigo 28, que os sistemas de ensino precisam ser adequado às peculiaridades da vida do campo. Outro importante marco da discussão em busca de mudanças na educação voltada para os camponeses foi a I Conferência Nacional por Uma Educação Básica no Campo , realizada em 1998, e que trouxe as diretrizes para se pensar que tipo de educação estava sendo oferecida e como garantir uma educação de qualidade no campo. A partir da realização dessa conferência, o tema ganhou espaço na agenda política, envolvendo inclusive outras entidades internacionais e nacionais. 

Essas discussões resultaram em vários programas voltados para melhor atender à população do campo, em termos educacionais: Pronacampo (Programa Nacional de Educação do Campo), Projovem Campo - Saberes da Terra,  Programa Escola Ativa, Pronera (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária), dentre outros.

Entretanto, embora muitas conquistas tenham sido alcançadas, a educação nas áreas rurais ainda enfrentam muitos desafios, como turmas muito pequenas, multiseriadas, professores sem formação adequada, infraestrutura precária e o parâmetro em muitos casos ainda é a educação urbana.

No vídeo que acompanha essa postagem, trazemos mais informações sobre a educação no campo e como tem sido implementadas as politicas públicas para esse segmento da população aqui no município de São João del Rei.

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