No dia 2 de Abril é comemorado e celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo e nesse ano de 2013, em particular, o dia foi marcado com o manifesto em defesa do tratamento psicanalítico para pessoas com o sofrimento psíquico. Essa é uma reação da comunidade psicanalítica à tentativa de exclusão da psicanálise das políticas públicas de atenção ao autista.
O manifesto foi justificado pelo edital publicado ano passado pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo para o credenciamento de instituições para o tratamento de crianças autistas. O edital incluía para o tratamento, exclusivamente, as terapias cognitivo-comportamentais. Entidades representantes dos profissionais psicanalistas firmaram suas posições à favor de um edital que contemplasse a psicanálise e exigiram que o edital fosse retirado, o que desencadeou uma enorme divergência entre os profissionais das diferentes áreas e que exergem diferentes tratamentos e cuidados com os autistas. Segundo Estevão Vadasz, coordenador do Ambulatório do Autismo do Instituto de Psiquiatria da USP, excluir a psicanálise não é um erro: "Não há nenhuma evidência científica de que a psicanálise possa ter influência terapêutica positiva na evolução das crianças autistas".
Contrapondo essa visão, para os psicanalistas, essas opiniões têm origem na falta de informação. Segundo Vera Regina Fonseca, diretora científica da Sociedade Brasileira de Psicanálise, a psiquiatria e as terapias comportamentais são dirigidas à eliminação dos sintomas, como o atraso na fala e no aprendizado."Nossa proposta vai na contramão disso e busca aumentar a capacidade de estabelecer relações e compartilhar emoções." Segundo Fonseca, o psicanalista tenta compreender e interpretar o estado emocional da criança e ajudá-la a regulá-lo. "Isso se dá por uso de brinquedos e jogos, do estabelecimento de parcerias e da interpretação das atividades da criança."
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