A Provinha Brasil é uma avaliação com fins diagnósticos, destinada a crianças matriculadas no
segundo ano de escolarização das escolas públicas brasileiras. É aplicada em
duas etapas, uma no início do ano letivo e outra em seu término. Seus objetivos
são avaliar o nível de alfabetização dos alunos nos anos iniciais do ensino
fundamental e diagnosticar possíveis deficiências das habilidades de leitura e
escrita.
Desde 1990 o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - Inep - por meio do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica - Saeb -, vem produzindo indicadores sobre o sistema educacional brasileiro que por sua vez tem apontado vários problemas referentes ao ensino oferecido nas escolas, como, por exemplo, o baixo desempenho em leitura. E em uma tentativa de reverter esse quadro, o Ministério da Educação - MEC - implementou o Plano de Metas Compromisso Todos pelaEducação. Uma das diretrizes desse documento aponta a necessidade de alfabetizar as crianças até oito anos de idade, avaliando os resultados de desempenho por exame periódico específico. A partir dessa perspectiva, o Plano de Desenvolvimento da Educação - PDE - estabeleceu a Provinha Brasil.
Como nem todas as habilidades podem ser verificadas em uma
prova objetiva, foram selecionadas para avaliação as habilidades essencias para
a alfabetização e letramento, organizadas na Matriz de Referência para Avaliação da Alfabetização e do Letramento Inicial.
A Provinha Brasil se distingue das demais avaliações por
fornecer informações diretamente aos alfabetizadores e gestores da escola, uma
vez que os resultados podem ser corrigidos pelo próprio professor. Os
benefícios apontados são que os alunos poderão ser melhor atendidos, mediante o
diagnóstico realizado; constitui-se mais um instrumento para o professor, além
das avaliações que já são feitas normalmente ao longo do processo educativo;
identifica as dificuldades e contribui para que os gestores possam dispor de
elementos para o planejamento curricular e a formação continuada dos
professores alfabetizadores. Além disso, os resultados das turmas podem ser
reunidos e analisados em conjunto, oferecendo uma visão geral tanto da escola,
como também do município e do Estado. Os professores também são solicitados a
enviar os resultados para as secretarias de educação, pois assim poderão ajudar
na elaboração de políticas voltadas para a educação.
Embora a proposta dessa avaliação seja a melhoria da
qualidade de ensino, a prática mostra que ainda persistem os mesmos problemas
em relação ao aproveitamento escolar. Segundo Esteban (2009),
“os resultados da avaliação externa têm confirmado o que há muito se sabe no
cotidiano escolar: ao menos a metade das crianças não está aprendendo
satisfatoriamente e, dentre as que têm desempenhos aceitáveis, poucas são as
que expressam capacidade de leitura e escrita compatível com o tempo de
escolarização”. Ainda segundo a autora, após todos esses anos de aplicação e
mesmo com as diversas mudanças, o exame não conseguiu contribuir para a
melhoria da qualidade na educação, somente ampliando o sistema de controle
sobre a escola, sobre a ação dos professores e o desempenho infantil e se
verifica que esse aspecto regulatório pouco contribui para uma reflexão
eficiente sobre a dinâmica pedagógica.
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